Estudo de caso: estratégia de pesquisa e ensino nos cursos de graduação
Estudo de caso: estratégia de pesquisa e ensino nos cursos de graduação
Maria do Carmo da Silva[1]
Maria Santina Cangussu Sorge Estevam[2]
RESUMO: Este artigo discute o estudo de caso como estratégia metodológica e prática pedagógica nos cursos superiores de Graduação. Parte-se do pressuposto de que a pesquisa é componente fundamental da formação acadêmica crítica e reflexiva, sendo o estudo de caso uma ferramenta potente para articular teoria e prática, especialmente em contextos reais e complexos. São abordadas as contribuições do estudo de caso para o desenvolvimento de competências investigativas e socioemocionais dos estudantes, destacando sua relação com as metodologias ativas de ensino e com a aprendizagem colaborativa. Apresentam-se ainda as principais fontes de coleta de dados utilizadas nessa abordagem — como entrevistas, observações, documentos e registros audiovisuais — e as competências essenciais ao pesquisador para sua condução rigorosa. Defende-se que a adoção dessa metodologia no ensino superior favorece a formação de profissionais autônomos, críticos e eticamente comprometidos com os desafios sociais contemporâneos.
PALAVRAS-CHAVE: Estudo de caso; Metodologias ativas; Ensino superior; Pesquisa qualitativa; Formação acadêmica; Aprendizagem colaborativa.
ABSTRACT
This article examines the case study as a methodological strategy and pedagogical practice in undergraduate programs. It is based on the premise that research is a fundamental component of a critical and reflective academic background, with case studies being a powerful tool for connecting theory and practice, especially in real and complex contexts. The article addresses the contributions of case studies to the development of students' investigative and socio-emotional skills, highlighting their relationship with active teaching methodologies and collaborative learning. It also presents the main data collection sources used in this approach — such as interviews, observations, documents, and audiovisual records — and the essential skillset required for researchers to conduct rigorous groundwork. It is argued that adopting this methodology in higher education fosters the development of professionals who are autonomous, critical, and ethically committed to contemporary social challenges.
KEYWORDS:
Case study; Active methodologies; Higher education; Qualitative research; Academic background; Collaborative learning.
1. Introdução
A formação acadêmica no ensino superior tem como um de seus pilares o desenvolvimento da capacidade investigativa dos estudantes, não apenas como etapa preparatória para a atuação profissional, mas também como componente essencial de uma formação crítica, reflexiva e comprometida com a realidade social. Nesse processo, a pesquisa ocupa lugar central, sendo fundamental que os cursos de Graduação promovam experiências concretas de investigação que articulem teoria e prática. Entre as diferentes metodologias utilizadas no âmbito da pesquisa acadêmica, o estudo de caso tem se destacado como uma estratégia especialmente potente nos cursos de Graduação, por possibilitar uma análise detalhada de situações reais em contextos específicos.
O estudo de caso, ao permitir a investigação aprofundada de um fenômeno singular, oferece aos estudantes a oportunidade de desenvolver habilidades analíticas, interpretar dados de maneira contextualizada e formular proposições com base em evidências empíricas. Além disso, contribui para o fortalecimento do vínculo entre conhecimento acadêmico e práticas profissionais, especialmente em cursos voltados para a intervenção social, educacional, jurídica, organizacional ou em saúde. Ao colocar os graduandos diante de problemas complexos e multifacetados, essa metodologia promove o pensamento crítico, a autonomia intelectual e o engajamento com os desafios contemporâneos.
Este artigo tem como objetivo discutir o estudo de caso como prática de pesquisa nos cursos superiores de Graduação, refletindo sobre suas contribuições para a formação acadêmica, suas potencialidades pedagógicas e os principais desafios enfrentados em sua aplicação. Parte-se da compreensão de que metodologias qualitativas, como o estudo de caso, são fundamentais para promover uma aprendizagem significativa e formar profissionais capazes de compreender e intervir de forma ética e qualificada na realidade em que atuam.
2. O estudo de caso e sua relação com as metodologias ativas de ensino
O estudo de caso configura-se como uma estratégia metodológica amplamente utilizada na pesquisa qualitativa, caracterizando-se pela investigação aprofundada de um fenômeno singular inserido em seu contexto real (YIN, 2001). Essa abordagem permite compreender as múltiplas dimensões de um caso específico — seja ele um indivíduo, um grupo, uma instituição ou uma prática social — por meio da coleta de diferentes fontes de evidência, como entrevistas, documentos, observações e registros. “o estudo de caso contribui, de forma inigualável, para a compreensão que temos dos fenômenos individuais, organizacionais, sociais e políticos (Yin, 2001).” O objetivo central é interpretar a complexidade do objeto estudado, produzindo conhecimento situado e potencialmente transferível para contextos similares.
No campo educacional, o estudo de caso não se limita à pesquisa, mas também se apresenta como uma estratégia didática alinhada às metodologias ativas de ensino. Essas metodologias propõem a centralidade do estudante no processo de aprendizagem, estimulando a autonomia, o pensamento crítico e a capacidade de resolução de problemas por meio da participação ativa em situações reais ou simuladas (Moran, 2015; Bacich; Moran, 2018). Quando incorporado ao planejamento pedagógico, o estudo de caso pode ser utilizado como instrumento de ensino que promove o engajamento dos discentes com conteúdos curriculares, ao mesmo tempo em que desenvolve competências cognitivas, sociais e éticas.
A articulação entre o estudo de caso e as metodologias ativas revela-se, portanto, como uma possibilidade potente para a promoção de aprendizagens significativas, contextualizadas e voltadas à formação integral dos sujeitos. Ao mobilizar os saberes dos estudantes em situações desafiadoras, essa prática contribui para o estreitamento entre teoria e prática, reforçando o papel da escola como espaço de formação crítica e reflexiva.
3. O estudo de caso como estratégia de aprendizagem colaborativa
O ensino superior tem sido desafiado a repensar suas metodologias de ensino, buscando práticas pedagógicas que favoreçam o protagonismo discente, a articulação entre teoria e prática e o desenvolvimento de competências complexas. Nesse contexto, o estudo de caso se destaca como uma importante estratégia didático-pedagógica, sobretudo quando realizado em grupo, por favorecer a aprendizagem ativa, colaborativa e contextualizada.
O estudo de caso é uma metodologia que consiste na análise aprofundada de uma situação real ou simulada, representativa de problemas concretos enfrentados nas diferentes áreas profissionais. Ao propor a investigação de um caso, os estudantes são instigados a mobilizar conhecimentos teóricos, analisar variáveis, propor soluções e tomar decisões, exercitando o pensamento crítico, a argumentação e a capacidade de síntese. Quando essa prática é realizada de forma coletiva, em grupos, amplia-se a possibilidade de diálogo, troca de saberes e construção compartilhada de sentidos.
A aprendizagem em grupo, mediada por estudos de caso, favorece o desenvolvimento de habilidades socioemocionais essenciais para a formação universitária e para a atuação no mundo do trabalho, como a cooperação, a escuta ativa, a empatia, o respeito à diversidade de ideias e a capacidade de trabalhar em equipe. Além disso, ao lidar com diferentes perspectivas sobre um mesmo problema, os alunos aprendem a negociar significados, a lidar com conflitos construtivos e a desenvolver soluções mais robustas e criativas.
Do ponto de vista pedagógico, essa estratégia permite ao docente assumir o papel de mediador do processo de aprendizagem, promovendo a problematização e orientando os estudantes na construção de um conhecimento significativo. Os casos analisados podem ser extraídos da realidade profissional, de dados de pesquisa, de experiências dos próprios alunos ou ainda de situações simuladas, o que contribui para a aproximação entre a formação acadêmica e os desafios concretos da prática.
Assim, o estudo de caso em grupo configura-se como uma metodologia potente para os cursos superiores de graduação, na medida em que promove a aprendizagem ativa e reflexiva, estimula a colaboração entre pares e fortalece a articulação entre saberes teóricos e práticos. Ao integrar essa estratégia ao cotidiano acadêmico, as instituições de ensino contribuem para a formação de profissionais mais críticos, autônomos e preparados para atuar de forma ética e competente em contextos diversos e complexos.
4. O estudo de caso como técnica de aprendizagem baseada em problemas no ensino superior
A formação de profissionais críticos, autônomos e capazes de atuar em contextos complexos tem desafiado as instituições de ensino superior a repensarem suas práticas pedagógicas. Nesse cenário, as metodologias ativas de ensino vêm ganhando destaque por promoverem o protagonismo discente e a articulação entre teoria e prática. Dentre essas metodologias, a aprendizagem baseada em problemas (Problem-Based Learning – PBL) e o estudo de caso se apresentam como estratégias convergentes, especialmente potentes para o desenvolvimento de competências cognitivas, sociais e éticas.
O estudo de caso consiste na análise aprofundada de uma situação real ou simulada, representativa de um problema concreto enfrentado nas diferentes áreas do conhecimento. Como destaca Yin (2001), trata-se de uma estratégia metodológica que possibilita investigar fenômenos contemporâneos em seus contextos reais, por meio de múltiplas fontes de evidência. No campo educacional, o estudo de caso tem sido amplamente adotado como técnica de ensino que mobiliza os estudantes para a resolução de problemas, favorecendo uma aprendizagem ativa, contextualizada e significativa.
Ao ser utilizado como técnica de aprendizagem baseada em problemas, o estudo de caso coloca os estudantes diante de situações desafiadoras que exigem análise, interpretação, formulação de hipóteses, tomada de decisão e proposição de soluções. Esse processo, como ressaltam Barrows e Tamblyn (1980), é central à abordagem PBL, que propõe que os alunos aprendam ao lidar com problemas mal definidos, sem respostas prontas, exigindo deles o uso integrado de conhecimentos prévios e a busca autônoma por novos saberes.
Diferente das abordagens tradicionais, em que o conteúdo é apresentado de forma fragmentada e linear, a aprendizagem baseada em problemas por meio do estudo de caso estimula a interdisciplinaridade, o pensamento crítico e a colaboração entre os estudantes. Ao trabalhar coletivamente na análise de casos, os alunos exercitam a escuta ativa, a argumentação e a capacidade de construir consensos, desenvolvendo competências essenciais para o exercício profissional em contextos reais e multifacetados.
Do ponto de vista pedagógico, essa abordagem também transforma o papel do docente, que deixa de ser mero transmissor de conteúdo para atuar como mediador do processo de aprendizagem. Cabe ao professor selecionar casos relevantes, propor questões desafiadoras e acompanhar o desenvolvimento dos estudantes, incentivando a pesquisa, a problematização e a reflexão crítica (Moran, 2015; Bacich; Moran, 2018).
Além disso, o estudo de caso como PBL favorece a personalização do processo de ensino, na medida em que permite diferentes formas de abordagem e resolução dos problemas propostos, valorizando a diversidade de trajetórias, perspectivas e formas de pensar. Essa flexibilidade torna a aprendizagem mais engajadora e conectada à realidade dos estudantes.
Em síntese, a utilização do estudo de caso como técnica de aprendizagem baseada em problemas contribui para uma formação mais ativa, reflexiva e situada. Ao articular a investigação de problemas reais com o desenvolvimento de competências complexas, essa estratégia fortalece a articulação entre teoria e prática e prepara os estudantes para enfrentar os desafios éticos, sociais e profissionais do mundo contemporâneo.
5. Fontes de coleta de dados em estudos de caso: diversidade e complementaridade
A utilização de múltiplas fontes de evidência constitui uma das principais características do estudo de caso, contribuindo para a construção de análises mais robustas e contextualizadas. Conforme aponta Yin (2001), a convergência de diferentes dados permite o cruzamento de informações, aumentando a validade interna da pesquisa por meio do que se denomina triangulação.
Entre as fontes mais utilizadas na coleta de dados em estudos de caso, destacam-se:
- Entrevistas – São uma das principais formas de acesso às percepções, memórias, interpretações e significados atribuídos pelos sujeitos à realidade estudada. Podem ser estruturadas, semiestruturadas ou abertas. Por exemplo, em um estudo de caso sobre a história de uma escola pública, é possível entrevistar professores, gestores, ex-alunos e funcionários para compreender diferentes perspectivas sobre as transformações institucionais.
- Observações diretas – Permitem ao pesquisador acompanhar, em tempo real, comportamentos, interações e dinâmicas sociais no contexto investigado. A observação pode ser participante ou não participante. Em estudos educacionais, por exemplo, observar uma rotina pedagógica ou uma reunião de planejamento docente pode revelar aspectos que não emergem em entrevistas.
- Documentos institucionais – Incluem atas, relatórios, planos de ação, projetos pedagógicos, legislações, entre outros registros formais que ajudam a contextualizar o objeto de estudo. Tais documentos oferecem uma base histórica e normativa importante, sendo especialmente úteis em pesquisas que envolvem políticas públicas ou trajetórias institucionais.
- Registros audiovisuais e materiais didáticos – Fotografias, vídeos, planos de aula, cadernos dos alunos e outros materiais pedagógicos podem ser analisados como indícios das práticas e das representações que permeiam o cotidiano educacional. Esses registros ampliam o olhar do pesquisador sobre a materialidade do contexto investigado.
- Questionários e diários de campo – Embora menos utilizados de forma isolada, podem complementar as demais fontes, oferecendo dados objetivos ou reflexões sistematizadas ao longo do processo de pesquisa.
A escolha e combinação dessas fontes devem considerar os objetivos do estudo, as condições de acesso ao campo e os princípios éticos da pesquisa. Mais do que acumular dados, o uso de múltiplas fontes visa construir uma compreensão mais densa e fundamentada do caso investigado, respeitando sua singularidade e complexidade.
6. Competências essenciais do pesquisador na condução de estudos de caso
O estudo de caso é uma estratégia metodológica amplamente utilizada nas ciências humanas e sociais, por sua capacidade de proporcionar uma análise aprofundada de fenômenos complexos em contextos específicos. Trata-se de uma técnica que exige do pesquisador um conjunto específico de competências, tanto teóricas quanto práticas, para garantir a qualidade, a fidedignidade e a relevância dos resultados obtidos. Compreender essas competências é fundamental para o delineamento e a execução rigorosa de pesquisas baseadas em casos.
Em primeiro lugar, destaca-se a capacidade de delimitação do objeto de estudo, uma vez que o estudo de caso pressupõe uma escolha criteriosa da situação, grupo ou instituição a ser investigada. O pesquisador precisa identificar um caso representativo, relevante para os objetivos da pesquisa e viável do ponto de vista empírico, considerando o tempo, o acesso aos participantes e os recursos disponíveis.
Outra competência essencial é o domínio teórico-metodológico. O pesquisador deve ser capaz de articular os fundamentos teóricos com a escolha metodológica, justificando o uso do estudo de caso em função do problema investigado. Isso envolve conhecer diferentes abordagens (como o estudo de caso exploratório, explicativo ou descritivo) e compreender suas implicações epistemológicas, éticas e técnicas.
A capacidade de observação e escuta ativa também é indispensável. O pesquisador precisa estar atento aos detalhes do contexto, aos discursos e às dinâmicas sociais que envolvem o caso. A sensibilidade para captar nuances e significados implícitos é especialmente importante quando se lida com dados qualitativos.
Além disso, o pesquisador deve possuir habilidades de comunicação interpessoal, especialmente quando a pesquisa envolve entrevistas, grupos focais ou interações com sujeitos sociais. A construção de vínculos éticos e respeitosos com os participantes é condição para a obtenção de dados confiáveis e para o cumprimento dos princípios de ética em pesquisa.
No campo da análise, exige-se capacidade analítica e interpretativa, uma vez que os dados de um estudo de caso são, em geral, extensos, diversos e multifacetados. O pesquisador precisa ser capaz de organizar, categorizar e interpretar essas informações com rigor, articulando-as ao referencial teórico e aos objetivos do estudo, sem perder de vista a singularidade do caso.
Por fim, destaca-se a reflexividade crítica. O pesquisador deve ser capaz de refletir sobre sua própria posição no processo investigativo, reconhecendo as influências de suas experiências, crenças e pressupostos na construção do conhecimento. Essa postura contribui para a transparência e a validade da pesquisa.
Em síntese, a condução de estudos de caso exige um conjunto articulado de competências que envolvem sensibilidade empírica, solidez teórica, habilidades interpessoais e rigor metodológico. O desenvolvimento dessas competências fortalece o papel do pesquisador como sujeito ativo na produção de conhecimento situado, relevante e comprometido com a realidade investigada.
7. Benefícios e limitações do estudo de caso: reflexões sobre seu uso na prática cotidiana da pesquisa
O estudo de caso é uma estratégia metodológica amplamente utilizada nas ciências humanas e sociais, destacando-se por sua capacidade de investigar, em profundidade, fenômenos complexos inseridos em contextos específicos. Seja como método de pesquisa, seja como técnica de ensino-aprendizagem, o estudo de caso tem se mostrado uma abordagem potente para a produção de conhecimento e para o desenvolvimento de competências analíticas, críticas e reflexivas. No entanto, como qualquer metodologia, apresenta tanto vantagens quanto limitações, que devem ser consideradas de forma criteriosa por pesquisadores e educadores.
Entre os principais benefícios do estudo de caso, está:
- Proximidade com a realidade - Por permitir uma investigação detalhada e contextualizada, essa metodologia possibilita a compreensão das múltiplas dimensões de um fenômeno, incluindo aspectos subjetivos, históricos, sociais e institucionais (Yin, 2001). Essa característica é particularmente relevante em estudos que envolvem relações humanas, processos educativos, práticas organizacionais e políticas públicas, onde os significados e as interações ganham centralidade;
- Utilização de múltiplas fontes de evidência — Como entrevistas, observações, documentos e materiais visuais — permitindo a triangulação dos dados e, com isso, aumentando a validade interna da pesquisa (Merriam, 2009). Essa flexibilidade metodológica possibilita ao pesquisador captar nuances que dificilmente seriam apreendidas por abordagens quantitativas ou experimentais;
- Relação com metodologias ativas de ensino - Ao estimular a resolução de problemas, a aprendizagem colaborativa e a articulação entre teoria e prática. Quando utilizado em sala de aula, promove o engajamento dos estudantes ao colocá-los diante de situações reais ou simuladas que exigem análise crítica, tomada de decisão e reflexão ética (Moran, 2015; Bacich; Moran, 2018).
Limitações e desafios:
Apesar de suas contribuições, o estudo de caso também apresenta limitações importantes:
- Generalização dos resultados - Por se tratar de uma abordagem centrada em casos únicos ou em número reduzido de unidades de análise, os achados obtidos não podem ser automaticamente estendidos a outras realidades. No entanto, autores como Stake (1995) e Flyvbjerg (2006) defendem que o valor do estudo de caso reside menos na generalização estatística e mais na possibilidade de generalizações analíticas, isto é, na capacidade de gerar aprendizados transferíveis a contextos similares.
- Subjetividade da análise - Especialmente em pesquisas qualitativas, onde a interpretação dos dados depende fortemente da sensibilidade, da experiência e da formação do pesquisador. A ausência de protocolos rígidos pode gerar dúvidas quanto à confiabilidade do processo investigativo, exigindo do pesquisador rigor metodológico, transparência e reflexividade crítica (Bogdan; Biklen, 1994).
- Tempo e dedicação consideráveis - Tanto na coleta quanto na análise dos dados, o que pode representar um obstáculo em contextos de pesquisa com prazos e recursos limitados.
8. Referências
Bacich, Lilian; Moran, José Manuel (org). Metodologias ativas para uma educação inovadora: uma abordagem teórico-prática. Porto Alegre: Penso, 2018.
Barrows, Howard S.; Tamblyn, Robyn M. Problem-Based Learning: An Approach to Medical Education. New York: Springer Publishing Company, 1980.
Bogdan, Robert; Biklen, Sari. Investigação qualitativa em educação. Porto: Porto Editora, 1994.
Flyvbjerg, Bent. Five misunderstandings about case-study research. Qualitative Inquiry, Thousand Oaks, v. 12, n. 2, p. 219–245, 2006.
Merriam, Sharan B. Qualitative research: A guide to design and implementation. San Francisco: Jossey-Bass, 2009.
Moran, José Manuel. Metodologias ativas para uma aprendizagem mais significativa. In: Bacich, Lilian; Moran, José Manuel (org.). Metodologias ativas para uma educação inovadora. Porto Alegre: Penso, 2015.
Yin, Robert K. Estudo de caso: planejamento e métodos. Porto Alegre: Bookman, 2001.
Stake, Robert E. The art of case study research. Thousand Oaks: Sage, 1995.
[1]Doutora em História pela Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” – UNESP, campus de Assis. E-mail: maria.silva@faculdadefocus.edu.br
[2] Especialista em Planejamento, Implementação e Gestão da Educação a Distância pela Universidade Federal Fluminense – UFF. E-mail: maria.sorge@faculdadefocus.com.br