O FICCIONISTA COMO NARRADOR DO MUNDO PÓS-COLONIAL: manifestações decoloniais em Salman Rushdie e Conceição Evaristo
Palavras-chave:
Literatura brasileira, Literatura indiana, Decolonialidade, Descolonização culturalResumo
O presente artigo visa discutir, por meio da leitura crítica de obras ficcionais, o papel ocupado pelo contador de histórias na cultura de uma nação. Mais especificamente, sua contribuição para a consolidação de uma visão decolonial em países que sofreram com a dominação europeia e seguem lidando com as marcas deixadas poresse domínio. No atual contexto neoimperialista, a cultura e suas variadas formas demanifestação precisam ser observadas como importantes elementos de afirmação das identidades dos povos. Especialmente dos países que carregam uma longa bagagem colonial sob o controle de impérios europeus. As ideias de resistência e de subversão são exploradas no decorrer do artigo, justificando a abordagem por meio da qual os textos ficcionais foram estudados. Dentre as manifestações culturais, a literatura se apresenta como arma e escudo ao mesmo tempo, por isso é o foco do trabalho aqui desenvolvido. Observar de modo atencioso e crítico os recursos que a produção literária oferece a fim de apontar e alterar esteriótipos. Demonstrar o poder da narrativa no que concerne à estruturação e manutenção de conceitos dentro de um determinado meio sociocultural, bem como suas desconstruções e ressignificações. Norteado por textos de teóricos da literatura e dos estudos culturais, apontar e contextualizar a presença das ideias decoloniais nas obrasanalisadas e traçar comparações a fim de expor semelhanças, diferenças e possíveis diálogos entre as produções de autores de nacionalidades diferentes,neste caso, Índia e Brasil. Ao longo do processo de escrita, destacou-se o modo como a figura feminina foi utilizada nas obras submetidas a análise, o que se tornou um ponto de fundamental importância para o breve estudo aqui oferecido.