Relação do forame oval patente e o acidente vascular cerebral: aspectos epidemiológicos, clínicos, fisiopatológicos, diagnósticos, complicações e tratamentos.
DOI:
https://doi.org/10.70853/Palavras-chave:
Forame Oval Patente, Acidente Vascular CerebralResumo
O acidente vascular cerebral (AVC) é uma condição neurológica aguda, frequentemente isquêmica, que representa uma das principais causas de morbimortalidade no mundo. Entre os casos classificados como criptogênicos, isto é, sem etiologia definida mesmo após investigação completa, o forame oval patente (FOP) tem se destacado como um potencial fator causal, sobretudo em pacientes jovens. O FOP é uma comunicação interatrial remanescente da circulação fetal, presente em aproximadamente 25% da população, que pode permitir a passagem de êmbolos venosos para a circulação arterial, resultando em embolia paradoxal. Objetivo: Descrever os mecanismos pelos quais o FOP pode contribuir para o AVC e avaliar os benefícios de sua identificação e tratamento precoce. Metodologia: Trata-se de uma revisão narrativa da literatura, realizada por meio de busca não sistemática nas bases de dados SciELO, LILACS e PubMed, entre abril e maio de 2025, com seleção crítica dos artigos pelos autores. Resultados e discussão: Evidências apontam que o FOP está presente em até 50% dos pacientes com AVC criptogênico. O ecocardiograma transesofágico com contraste é o método diagnóstico mais sensível. O fechamento percutâneo do FOP demonstrou eficácia na prevenção secundária do AVC em indivíduos entre 18 e 60 anos, principalmente naqueles com características de alto risco, como shunt interatrial significativo ou aneurisma do septo atrial. Estudos clínicos randomizados demonstraram redução da recorrência de AVC com essa abordagem, embora a evidência ainda seja considerada de baixo grau. Conclusão: O FOP deve ser sistematicamente investigado em casos de AVC criptogênico, especialmente em pacientes jovens. Seu manejo adequado, com destaque para o fechamento percutâneo, representa uma estratégia relevante na prevenção secundária de eventos neurológicos recorrentes.