Usina Hidrelétrica de Itaipu e a geopolítica golberyana: a supremacia brasileira na América do Sul

Resumo

A Usina Hidrelétrica de Itaipu, um dos maiores empreendimentos de engenharia do mundo, está localizada na fronteira Brasil-Paraguai, em uma posição privilegiada no Rio Paraná e na Bacia do Prata. Esse projeto foi um marco estratégico no contexto da geopolítica sul-americana, particularmente sob a influência do pensamento geopolítico do general Golbery do Couto e Silva, principal estrategista do regime militar brasileiro (1964-1985). O objetivo geral deste estudo é analisar como a construção da Itaipu Binacional se inseriu na geopolítica golberyana e como ela reforçou a supremacia brasileira na América do Sul. A metodologia utilizada envolve análise documental de fontes históricas, como tratados internacionais, discursos de líderes da época e relatórios técnicos, além de revisão bibliográfica sobre a doutrina de segurança nacional aplicada por Golbery. Os resultados indicam que Itaipu não foi apenas um projeto energético, mas também uma peça estratégica para consolidar a liderança regional do Brasil, neutralizando tensões com o Paraguai, ampliando sua influência sobre os países vizinhos, sobretudo a Argentina, e reforçando sua autonomia frente a potencias estrangeiras, especialmente os Estados Unidos. A aliança estratégica entre Brasil e Paraguai, firmada por meio do Tratado de Itaipu (1973), reforçou o controle brasileiro não apenas sobre os recursos energéticos, mas também sobre as rotas de escoamento da bacia platina, ampliando sua influência na América do Sul e garantindo sua supremacia na região. A discussão aponta que a visão geopolítica de Golbery foi determinante para moldar a postura do Brasil em relação à integração regional, garantindo segurança energética e fortalecendo sua posição como líder regional. A construção de Itaipu, portanto, exemplifica a aplicação da geopolítica golberyana, que buscava expandir a influência brasileira por meio de projetos estratégicos de infraestrutura, garantindo a supremacia do Brasil na região.