Estratégias de Alfabetização na Educação Infantil à Luz das Teorias de Piaget e Vygotsky: implicações para o desenvolvimento cognitivo

Resumo

Este artigo tem como objetivo analisar criticamente as contribuições das teorias do desenvolvimento cognitivo de Jean Piaget e Lev Vygotsky para subsidiar práticas pedagógicas na alfabetização infantil. A pesquisa foi desenvolvida por meio de uma revisão bibliográfica qualitativa, utilizando obras clássicas dos autores, estudos contemporâneos e documentos oficiais como a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil (DCNEI). A teoria de Piaget enfatiza a importância dos estágios de desenvolvimento e dos processos de assimilação, acomodação e equilibração, considerando a criança como sujeito ativo na construção do conhecimento. Por outro lado, Vygotsky destaca o papel das interações sociais e da mediação cultural na aprendizagem, introduzindo conceitos como a Zona de Desenvolvimento Proximal (ZDP) e a internalização das funções psicológicas superiores. A integração dessas perspectivas demonstra que a alfabetização é um processo ativo e social, no qual as crianças formulam hipóteses sobre a escrita e avançam na compreensão do sistema alfabético à medida que participam de práticas letradas significativas. O estudo evidencia que uma prática pedagógica eficaz deve considerar tanto o respeito ao ritmo de desenvolvimento individual da criança, como proposto por Piaget, quanto o papel fundamental das interações mediadas, conforme defendido por Vygotsky. As análises também dialogam com a BNCC e as DCNEI, que orientam o professor a atuar como mediador, organizando ambientes alfabetizadores ricos e significativos. Conclui-se que estratégias de alfabetização fundamentadas nessas teorias favorecem a aprendizagem ativa, o protagonismo infantil e a inserção da criança em práticas sociais de leitura e escrita, contribuindo para uma educação mais inclusiva e contextualizada.