2025: Educação 5.0, metodologias ativas e temas transversais
Ainda que a construção educacional ganhe proporções e realidades múltiplas ao longo dos tempos e lugares, seu fazer é antes de tudo um ato de confiança e esperança nos desdobramentos do mundo. Trata-se de acreditar que em cada encontro – físico ou virtual – reside a possibilidade de transformação não apenas do individuo, mas em sua capacidade de ser farol de lampejo para a comunidade. Esse ideário deve conceber a educação como elemento etéreo que se comporta e acompanha a dinâmica de seu recorte temporal. Se outrora bastava transmitir conteúdos, hoje forma-se o sujeito crítico, ventilado e pautado em sua realidade e em seu papel no mundo. A Educação 5.0 nasce desse horizonte: educação que reconhece e forja-se na inevitabilidade tecnológica, sem abrir mão da centralidade no ser humano. Assim, somos convocados a equilibrar as inteligências artificiais e emocionais; algoritmos e natureza; ciência e sensibilidade.
Neste cenário, o papel das Metodologias Ativas, ganha especial relevo, representando mais do que novas estratégias didáticas: simbolizam a quebra de paradigmas. Ao ajustar o foco, da transmissão para construção do conhecimento conjunto e colaborativo entre os agentes do saber – professor e estudante – criam-se condições para que a aprendizagem seja significativa, experiencial e alinhada com a vida. O estudante deixa de ser espectador e passa a assumir a condução de sua trajetória, construindo sentidos e pontes, a partir da problematização da realidade. Tal mudança de perspectivas não é trivial, exige que o professor esteja em movimento, ressignificando sua prática e assumindo a mediação ao mesmo tempo em que inspira como guia no caminho das descobertas.
Contudo, a educação não tem sustentações apenas em arcabouços metodológicos, sendo também atravessada por questões ainda maiores, que ultrapassam fronteiras disciplinares e exigem o olhar integral. Nisso, os Temas Transversais redimensionam-se, ao estruturarem a própria vida em sociedade. Em sinergia a Edgar Morin, abordá-los nos espaços e momentos de aprendizagem é amplificação dos cenários do mundo, confluindo e contribuindo para a autoformação da pessoa, na mesma medida em que ensina a viver e a enfrentar as incertezas. Não obstante, pensar em transversalidades, é instituir a conexão de saberes por meio do sentido ao aprendizado e a preparação do ser pensante aos desafios complexos do séc. XXI.
O diálogo, portanto, entre Educação 5.0, Metodologias Ativas e Temas Transversais performa uma proposta transformadora, não se tratando apenas de modernizar os mecanismos de conhecimento ou aspectos físicos e conceituais da escola com recursos digitais ou técnicas pedagógicas inovadoras, mas em repensar, fundamentalmente, o sentido de ensinar e aprender. Trata-se de colocar a formação e a realidade humana no epicentro situacional, reconhecendo que cada estudante traz consigo histórias, contextos, afetos, mazelas e potenciais que precisam ser reconhecidos e legitimados. Afinal, Yuval Noah Harari nos faz pensar que na era da informação, a educação não é apenas sobre acumular conhecimento, mas sobre desenvolver a capacidade de dar sentido àquilo que aprendemos. Assim, essa trilha de aprendizado é, ao mesmo tempo, rigorosa e sensível, tecnológica e ética, crítica e criativa: tecendo contrapontos que formam e validam a unidade do ser humano.
Por fim, ao longo dos desdobramentos do tempo, educar sempre foi ato de semear futuros. Hoje, no entanto, essa semente germina em solo novo, marcado pela velocidade das inovações e pela urgência na humanização das relações em meio ao colosso tecnológico que avança dia após dia. Este livro, Educação 5.0, Metodologias Ativas e Temas Transversais é convite para pensar a aprendizagem não apenas como acúmulo de saberes, mas como cultivo de consciência, criatividade e responsabilidade diante de um mundo em constante metamorfose. Que cada página represente uma nova oportunidade de ser e estar, pois para Seymour Papert as melhores aprendizagens acontecem quando se assume a responsabilidade por construí-las! Boa leitura!
Leonardo Moraes Armesto